A ideia pode não ter sido de castigar, mas o governador Gladson Cameli castigou o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello.
Cameli marcou a inauguração do hospital de campanha para depois da 10 horas, quando o sol do verão amazônico estava abrasador.
Segunda-feira, no horário da solenidade, “dava para fritar ovo no asfalto”.
Era nítido o desconforto do general, que parecia sufocado pelo calor, o paletó e a máscara.
O repórter fotográfico Sérgio Vale captou a agonia ministerial.
Pior castigo seria impossível para um homem do Exército que desconhece a geografia do Brasil.
Dias antes de encarar os quase 40 graus em solo acreano, Pazuello comentou uma gafe histórica.
Ele ligou as regiões Norte e Nordeste do Brasil ao inverno do Hemisfério Norte.
O interino declarou que o Norte e o Nordeste já tinham passado pelo pior da pandemia do coronavírus porque representavam o Hemisfério Norte na posição geográfica e sofreram mais com o inverno.
O problema é que o inverno, e não o verão amazônico, em todas as regiões do Brasil começa em junho, diferentemente dos países do Hemisfério Norte, que começam a ter o clima mais frio a partir de dezembro.
Nunca mais Pazuello irá a boca para falar tamanha bobagem geográfica.