HomeOpiniãoGLADSON E SEU AMOR DE PLATÃO PELO GOVERNO

GLADSON E SEU AMOR DE PLATÃO PELO GOVERNO

Por Cesário Campelo Braga

Após ler o editorial do Estadão, “Procura-se um presidente”, uma crítica contunde e lúcida sobre o despreparo, destempero, inoperância e incapacidade do presidente Bolsonaro, comecei a refletir a respeito do governador Gladson Cameli e sua atuação nos primeiros 90 dias de gestão.

Em meio a reflexão, me veio à lembrança uma aula de filosofia que assisti do professor Clovis Barros Filho, acerca do amor. Nela o professor relatava o significado do amor para alguns filósofos, dentre os quais vou me apegar a Platão.

Para Platão, amor é desejo, o amor eros. E o que é desejo? Desejo é a vontade de ter algo que não se tem. Logo, amor para Platão é o desejo daquilo que não se tem. Após essa explicação simples e fantástica, o professor relata uma experiência pessoal como exemplo.

Contara o professor que sua filha amava um vídeo game da vitrine de uma loja, dizia ele que a filha já tinha um vídeo game, não tão moderno quanto o da vitrine e que a mesma já não fazia mais uso. Porém, quando questionada sobre o motivo de querer outro, alegava que o seu não era bom, por isso não jogava. Entretanto, o da vitrine era muito bom e esse seria o motivo de seu desejo.

Não amava o vídeo game que tinha, por que não o desejava, mas desejava o vídeo game que não tinha e por isso o amava. Por fim, o professor relatou que conseguiu comprar o vídeo game para sua filha e, retoricamente, nos perguntou: “sabe onde está esse vídeo game agora? ”. Resposta: “na caixa guardado ao lado do outro vídeo game! ”

Você leitor sagaz já compreendeu minha avaliação do governador. O que temos no governo do estado do Acre é uma criança que desejava ser governador, agora que é já não deseja mais. Porém, como não pode colocar o governo em uma caixa e guardá-lo por quatro anos até entregar para outro (esse “brinquedo” mexe com a vida de milhares de pessoas), o pai da nossa criança colocou algumas babás para cuidar do “brinquedo” e da integridade fiscal do seu filho até que ele possa largar o brinquedo – Gladson já anunciou que não será candidato a reeleição.

Quando muita gente reclama que o menino já não brinca mais com o que tanto desejou, ou que o “brinquedo” vai terminar quebrando se continuar sendo tratado com desprezo e nenhum cuidado, ele vai lá e faz uma cena, pega o controle e grita bem alto que determina isso, determina aquilo. Depois larga o controle, pede para as babás vigiarem os outros que podem querer brincar e volta pro berço ou viaja para longe, onde não é obrigado a cuidar do que pediu e não quer mais.

Quando ele queria, não haviam defeitos, hoje alega que o “brinquedo” esteja quebrado. Porém houve uma diminuição nos gastos, registre-se, graças a reforma administrativa. E segundo os portais de transparência tivemos uma ampliação da receita, logo, não deve está tão quebrado assim, pois mesmo com dificuldades funcionou todo o ano passado. Deve haver até um pouquinho de dinheiro pra sanar dívidas que ficaram e um pouquinho pra investir, ampliar arrecadação, gerar emprego e renda. É como ele mesmo dizia: DINHEIRO TEM, e hoje eu acrescento, O QUE FALTA É UM GOVERNADOR.

Por fim, gostaria de fazer um justo registro, em que pese minhas divergências de programa e ideologia com a maior parte dos secretários, agradeço e os parabenizo, pois só não estamos com Estado na completa inércia, porque eles (com exceção das babás), que de técnicos não têm nada, sabem que ao final a criança vai para casa e cabe a eles tocar a vida real. Me solidarizo com a situação que vivem e afirmo que, eles só não têm feito mais porque o trabalho deles é limitado pelos destemperos da crianças e os paparicos e super proteção das babás.

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vale a leitura