Houve um tempo em que papel cabia tudo.
O tempo se encarregava de apagar o que era escrito ou dito.
O prometido se perdia na névoa do tempo.
Era o tempo da idade média da comunicação.
Isso é coisa do passado.
Agora, tudo é registrado.
Tudo fica nas nuvens do google.
É… não faz muito, mas vivemos a plenitude da idade da mídia.
Nessa idade da mídia há novas ferramentas para se comunicar e, pasme, prometer.
Há dois anos, o então senador Gladson Cameli usou e abusou das ferramentas para se eleger governador.
Prometeu mundos e fundos.
Eleito, até agora, fez tudo o contrário do que prometeu.
Ou não fez nada do prometido.
O desastre do seu governo foi escondido pela tragédia da COVID-19.
Mas o governo não se resume em Covid.
Há muito a ser feito.
Ele disse que iria abrir o Acre para o desenvolvimento.
Sob o seu governo, a extrema pobreza aumentou, segundo dados do Banco Mundial.
Disse que o Acre tinha dinheiro, o que faltava era gestão.
O Acre está entre os treze estados onde a gestão pública tornou-se mais ineficiente.
Agora, véspera de mais uma campanha, o governador volta a prometer.
Vem fazendo promessas que serão acumuladas com as que não cumpriu.
Só há uma inovação.
As promessas saíram do papel e foram para as maquetes eletrônicas.
Os projetos em terceira dimensão são lindos.
Pena que estejam longe se tornar realidade, de se concretizar.
Uma das maquetes apresentadas foi a do viaduto nas proximidades da Associação Atlética Banco do Brasil, em dezembro do ano passado.
Parece que esse entrou água.
Outra maquete foi a da nova maternidade de Rio Branco.
Parece que nem a licitação dessa obra nasceu.
A maquete mais recente foi a do viaduto entre as avenidas Ceará e Getúlio Vargas.
Esse é um projeto antigo, não nasceu no seu governo.
Foi idealizado pelo petista Marcus Alexandre.
Gladson apresentou outro maquete do portal do parque industrial, como se fosse revolucionar a indústria do Acre.
O que fizeram foi a iluminação, sem apresentar alternativas capazes de trazer uma luz para a recuperação de um dos setores que mais emprega no Estado.
Gladson Cameli continua vendendo sonhos, enquanto a população vive pesadelo causado pela omissão de um desgoverno.
É com essas maquetes que o governador vai maqueando a sua falta de iniciativa.
É com essas maquetes que Gladson vem declarando apoio a candidatos a prefeitos e prefeitas.
Sinceramente, Gladson Cameli, na verdade, está usando a campanha eleitoral deste ano para vender sonhos para a sua candidatura daqui a dois anos.
Não precisa ser gênio para perceber isso.
Nenhuma maquete foi sequer licitada.
São processos licitatórios complexos.
Se essas obras saírem do projeto eletrônico para a realidade não serão para projetar candidaturas à prefeituras.
Fica o alerta.
Continuo afirmando que o apoio do governador mais atrapalha do que ajuda.
Ele não consegue nem garantir os votos dos cargos comissionados no seu governo.
Ele dividiu a sua própria base.
O que Gladson tem a mostrar além de maquetes e promessas?
Responda aí.