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Gladson Cameli anuncia retrocesso histórico nas licitações do Acre; medida pode trazer práticas abolidas há mais de 20 anos

Decididamente, Gladson Cameli sabia o que queria ser. É tanto que abusou das patranhas para chegar ao cargo de governador do Estado do Acre.

O problema para a sociedade, porém, é que, até a presente data, ele não sabe o que fazer.

Demonstração desse vazio de ideias e projetos foi dada, mais uma vez, ontem.

Diante de uma classe empresarial praticamente quebrada e sem horizonte, Cameli deixou todos pasmos ao apresentar solução fácil para um problema complexo.

Como se tivesse apresentando uma panaceia, o governador declarou que as licitações serão realizadas diretamente pelas secretarias.

Se Isso for feito, é um retrocesso pantagruélico.

É retornar para um tempo em que os secretários podiam manobrar processos para contemplar os seus apaniguados.

Essa prática remonta até 1998, mas foi desmontada por Jorge Viana, quando assumiu o governo em 1999.

Usar o argumento pueril de desburocratização não convence nem ao mais inocente empresário.

Desde janeiro, a economia do Estado está parada.

Retornamos à economia do contracheque porque o governo da visão de futuro não consegue enxergar alternativa capazes de “abrir o Acre para o desenvolvimento”.

Passados seis meses, governo não consegue realizar uma licitação pela incompetência que passou a fazer morada nos órgãos estaduais.

Alçada à condição de espécie de supersecretária, com junção das secretarias de Gestão Administrativa e Planejamento, a engenheira do MDB Maria Alice declarou que as operações de crédito realizadas nos governos anteriores para investimentos em infraestrutura são extremamente complexas.

São complexas, sim! Mas ela admite , nas entrelinhas, que ficou em caixa R$ 1,3 bilhão para investimento.

Maria Alice acabou com o corpo técnico que existia na extinta Secretaria de Planejamento para acomodar indicados pela política.

O busili de tudo é que os objetos estavam definidos, as licitações realizadas, mas o atual governo está querendo mudar a formar de investir os recursos.

Empresários não saíram eufóricos do encontro. Isso porque foram apresentadas obras da administração passada, que estão com os preços defasados.

Obras do atual governador são apenas promessas. Venda de terreno no céu pelo evangélico secretário de Infraestrutura, Thiago Caetano.

Com as testas enrugadas de preocupação, empresários lembraram que o mesmo governador que, no dia 1º de abril, anunciou investimento superior a R$ 800 mil, gerando quase 20 mil empregos, agora afirma que estima gerar apenas 1,1 mil postos de trabalho na construção civil.

É pouco, muito pouco.

No setor de construção civil, até agora, as principais obras estão sendo realizadas pela empresa do Distrito Federal chamada Murano Construções, com quem o governo Gladson Cameli assumiu compromisso financeiro perto dos R$ 30 milhões.

Tudo com a Murano foi firmado sem licitação no Acre.

Cameli vai na contramão.

A classe empresarial sabe que uma das maiores vantagens para quem participa das concorrências sempre foi a realização de licitações centralizadas.

Essa centralização permite que as informações estejam em um só lugar, com os procedimentos padronizados.

“Com isso, mais empresas podem participar. Existe maior transparência. Agora com essa mudança, o governador abre as portas para a feitura de rolo, pois agora cada secretaria faz do seu jeitinho e terá liberdade de direcionar”, destacou um empresário que não quis se identificar.

Especialista em licitação consultado pelo Portal foi lacônico: “Agora que vai atrasar mesmo”.

Segundo esse especialista, o governo terá que fazer contratos individuais com a Imprensa Nacional para a publicidade, ajustar o Compras Net, compor ao menos 20 equipes e cadastrar os Tokens junto à Receita Federal.

Empresários já falam em puxar um movimento “Volta Andrias”.

Andrias Sarkis era o responsável pelas licitações do Estado.

Quase impossível seria ele aceitar trabalhar ao meio de tanta trapalhada e interesses pouco republicanos.

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