Gladson Cameli irá à Colômbia.
Não irá para debater mecanismos capazes de incentivar o agronegócio.
Seu objetivo é participar de encontro que visa debater conservação do meio ambiente.
A primeira viagem internacional de Cameli, entre os dia 1º e 4 de maio, será para participar do encontro da Força-Tarefa de Governadores para o Clima e Floresta (GCF), do qual o Acre é um dos signatários.
Dentro do GCF, que reúne quase 40 estados pelo mundo, inclusive os estados americanos da Califórnia e Colorado, o Acre é visto como modelo de conservação da floresta com inclusão social.
Essas relações internacionais possibilitaram ao Acre captar recursos junto ao governo da Noruega, por meio do Fundo Amazônia, e do banco Alemão KFW para fazer investimentos junto às populações tradicionais.
Há muito dinheiro envolvido. São relações fortes e que estão afinadas com a nova ordem mundial.
Mas Cameli terá pouco para mostrar, embora siga acompanhando de uma pequena locomotiva alegre.
O governador chegará ao encontro sem ter ressuscitado o Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), que participava ativamente das articulações com as entidades internacionais.
A extinção do IMC, por exemplo, está inviabilizando o acesso a R$ 50 milhões, que estão parados na conta.
O recurso faz parte de um montante de 30 milhões de euros, de um contrato assinado pelo ex-governador Tião Viana com o KFW, durante a COP 23.
O IMC era o responsável pela coordenação técnica do contrato.
Cameli, além de não ter trazido o IMC à estrutura do governo, precisa determinar ao seu secretário de Planejamento que reparta o dinheiro do KFW, que está na conta do Estado, para os índios e ribeirinhos, que são os verdadeiros donos do recurso.
Foram eles que asseguraram a redução do desmatamento com a manutenção da floresta em pé e recuperação das áreas degradadas, o que assegura o Acre com 87% de cobertura florestal.
O GCF é uma força tarefa com especialistas de alta qualidade. É bom o governador se preparar bem, para não fazer feio.