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As 340 demissões podem ter sido de “brincadeira”; a folha de pagamento de setembro estava fechada

Engana-se quem pensa que Gladson Cameli resolveu tornar sem efeito a enxurrada de demissões somente porque acordou bem-humorado ou se acertou com a sua base na Assembleia Legislativa (Aleac).

O mais provável é que Cameli tenha percebido o tamanho da bobagem que fez e a conta que teria que pagar, caso os órgãos de controle resolvessem agir.

Deve ter ouvido algum assessor de bom senso e de competência jurídica. Alguém que sabe como a máquina funciona.

Historicamente, a folha de pagamento do Estado é fechada no dia 10, no máximo no dia 15. É questão de sistema e da burocracia interna para tudo ocorrer dentro do planejado.


O governador, ainda sob a ressaca da derrota histórica na Aleac, quando viu todos os seus vetos serem derrubados, usou o Diário Oficial para exonerar 340 ocupantes em cargos em comissão, todos indicados por deputados.


Fez da caneta arma para humilhar a sua base e provocar pânico nas pessoas. Teve até quem precisou de atendimento médico, ao saber que havia perdido o emprego.


Ocorre que, seguindo o protocolo, todos os demitidos já estavam incluídos na folha de pagamento do mês de setembro.


Fazer o processamento para excluir essa turma iria provocar uma grande confusão e poderia prejudicar o recebimento dos salários do conjunto dos servidores públicos.


Para não ser acusado do cometimento do crime de improbidade administrativa, Cameli recuou e readmitiu praticamente todos os exonerados.


O que se percebe é que as exonerações foram de “brincadeirinha”. Nunca foram para valer.

Mas essa brincadeira gera uma instabilidade grande. Também desacredita ainda mais um governo cuja imagem está totalmente desfocada dos anseios da sociedade.


Parece que o governador aposta sempre alto na omissão dos órgãos de controle e na capacidade de as pessoas esquecerem o que é importante.


Quando decidiu exonerar, Cameli declarou que precisava adequar o governo ao que estabelece a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ao tornar sem efeito as exonerações, o governador confessa que faltou com a verdade. É o que se deduz.


Esta semana, em matéria assinada por Leônidas Badaró, o site AC24Horas publicou relatório do governo apontando que o limite da LRF fora extrapolado.


Correndo contra as evidências, a Secretaria de Fazenda emitiu nota argumentando que o relatório fora publicado por engano.
É nessa história do “me engana, que eu gosto”, que o governo e governador vão levando a vida.

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vale a leitura