HomeOpiniãoA HIDROXICLOROQUINAE O CICLO DA BORRACHA

A HIDROXICLOROQUINAE O CICLO DA BORRACHA

Por Edilson Martins


A hidroxicloroquina sumiu do mercado – farmácias e drogarias – e não foi só no Brasil.

Esperança de escapar do coronavírus.

A corrida foi planetária.

Campeões na explosão dessas casas, entre nós, o golpe foi maior.

Num primeiro momento a OMS desaconselhou, mas depois teve que voltar atrás.

No momento as farmácias brasileiras já não a tem mais, desfechando um golpe forte em quem padece de lúpus e outras doenças que dela precisam.

O repórter Ricardo Lessa, que escreve no Valor Econômico, fez uma excelente pesquisa lembrando que o quinino, base do remédio, foi descoberto pela expedição do cientista Charles La Condamine, nos idos de 1745, início da demanda pela borracha, sem ela a revolução industrial não avançava.

Esse cientista tem longa história entre nós, principalmente em razão do ciclo da Borracha.

Sem o quinino não teria havido o ciclo.

Isto porque o anofelino, o mosquito vetor, não livrava, nem livra, a cara de ninguém.

Nos seringais, entre os anos de 1860, primeiras penetrações e 1912, final do apogeu da borracha, morria-se aos lotes, conforme dizia o povo.

Os milhares de trabalhadores, procedentes do Nordeste, na segunda metade do século 19 para a primeira década do século 20, transformados em seringueiros, ao penetrar os sertões da selva, eram tragados, devorados pelas carapanãs.

Foram o quinino e a sulfa que reduziam, parcialmente, as mortes.

Picado, não havendo as pílulas de quinino e sulfa, raramente alguém sobrevivia.

Até hoje a malária mata, não só na África como não menos no Continente americano, principalmente na Amazônia.

Não existe vacina para a malária, cujo mosquito é conhecido como carapanã.

O sangue, contaminado, da vítima, derrete, o sujeito passa a padecer de febres continuadas, anêmico, e seus dias ficam contados.

Nascido na Amazônia, mesmo de lá saído, aos 17 anos, já no Sul, fui picado, pelo maldito mosquito, 26 vezes.

Tenho comigo os registros do ministério da Saúde.

Só a autoridade sanitária a pode aplicar, depois dos exames de sangue.

Mulher grávida, tomando, aborta.

No passado era assim.

Ao recorrer às pílulas, o fígado se esfacela, emagrecemos, perdemos energia, eventualmente sobrevivemos.

Meses depois, já “curado” as febres retornam, periodicamente, uma miséria.

Doar sangue, depois de “curado”, jamais.

Reza a lenda, é possível, que uma das consequências, é renunciar não ao desejo, mas a ereção.

Uma tragédia, uma miséria.

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vale a leitura